espermatozóide feminino

Cheguei hoje no laboratório, um rapaz que faz mestrado veio lendo a notícia na Internet: conseguiram produzir espermatozóides a partir de células-tronco da medula de uma mulher, e agora estão tentando óvulos a partir de células de homem.

Todo trabalho científico tem um objetivo central. Você pergunta para o cidadão na rua: você faz o quê pra viver? Ele explica: eu pesquiso uma maneira de produzir células sexuais masculinas a partir de mulheres, e células sexuais femininas a partir de homens. E você certamente se pergunta: “pra que isso, minha gente?”

Para uma pesquisadora engravidar de si mesma, só pode! “É a herança mais preciosa que posso deixar para meus descendentes...” É a única que você vai deixar! É, porque para fazer um filho assim, você fica pobre! E o que você acha que sua filha prefere, hein? Uma beleza igual a sua, ou uma conta cheia do seu dinheiro para ela se sustentar? É, se sustentar, porque se inteligência for genética, então sua filha vai nascer burra, minha senhora!

E aí ela vai tentar fazer carreira de modelo, já que a única coisa que a mãe deixou pra ela foi o rosto simétrico! Daí explora a coitadinha desde nenê fazendo propaganda de xampu... “É pra pagar a sua faculdade, filhinha, se você conseguir passar em uma. Se não der, a gente faz mais propaganda, e compra só o diploma”.

Ou então, para que casais homossexuais possam ter um filho à sua imagem e semelhança... Benhê, quer ter filho? Adote uma criança. Ah, pra ser filho tem que ter o mesmo sangue? Tecnicamente, pra se ter um filho também é necessário um macho e uma fêmea, e isso não é psicologicamente falando... Tem que ser biológico o esquema.

Daí, tudo bem. Vai lá o casal, supera todo o preconceito da família, dos amigos, da sociedade, assumem a sua sexualidade, ficam na fila, fazem o tratamento. Nasce a criança. Você cria a pão-de-ló e muita Madonna, ABBA, Kylie Minogue, Gloria Gaynor... paga anos de terapia para ela absorver a idéia de que é fruto do mais puro amor, e a forma como ela foi concebida só a torna mais única, e mais especial, ela cresce e vira para os dois pais (ou pras duas mães): “o negócio é o seguinte: eu sou hetero, vou morrer solteiro, sem filhos galinhando na vida a valer. Ah, e já decidi meu futuro: vou seguir carreira política, ou vou fazer engenharia.

Pronto, acabou o mundo. Depois de tanto trabalho, tanto sofrimento, seu bebê tem seu sangue, mas deixa de ser seu filho, pra virar um filho-daquela-dona...

Link: Cientistas criam espermatozóide a partir de célula feminina