quinta-feira, 23 de abril de 2009

linhas cruzadas

já faz tempo isso, mas lembrei de novo hoje, enquanto conversava com uma amiga.

eu e o meu irmão estávamos saindo do prédio de carro. a sacada do nosso apartamento ficava de frente para a garagem.
podia jurar que a minha mãe tinha chamado. parei o carro e perguntei para meu irmão:
- a mamãe chamou?
- não.
liguei o carro de novo, seguimos. de repente, saiu minha mãe na janela:
- filha!, ela gritou do terceiro andar.
parei o carro de novo. ela completou:
- vocês buzinaram para mim?
- não, mãe. você tinha chamado a gente?
- não. até mais tarde!
- até.
liguei o carro, e finalmente saí do prédio com meu irmão. foi quando ele falou:
- viu, quando a gente estava saindo de casa, eu pensei em buzinar para falar tchau pra mamãe.
uns segundos de silêncio.
- você viu o curto-circuito que você deu na nossa cabeça? ela ouviu a buzina, eu ouvi ela chamando, e você aí, não buzinou nem nada. da próxima vez, não passe vontade.
ele deu uma risadinha e a gente continuou nosso caminho.

não sei explicar como, mas me senti mais perto dos dois a partir daquele dia. de tão perto, quase dentro do pensamento deles. e eles, dos meus.

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