sexta-feira, 20 de março de 2009

esther.

hoje eu acordei muito triste. com um sentimento de caminho errado muito grande, pensando se é isso mesmo que eu queria da minha vida... passei a manhã inteira ruminando bobagens.

eu não ia almoçar, porque meu horário de saída do trabalho de sexta-feira é as 13h, e teria aula na faculdade às 14h. mas a professora me liberou ao meio dia, e eu corri para ver se encontrava alguém para comer comigo.

liguei para a pri, e ela ia bandejar. peguei o ônibus para a unicamp, mas não cheguei a tempo. a pri tinha aula de francês. carreguei meu cartão para poder almoçar semana que vem, e fui para a FEA.

no meio do caminho, resolvi encher minha garrafa com água. logo depois, pensei que, já que não gosto de comer sozinha na rua, poderia matar a aula, voltar para casa, comer, passar no correio, e voltar para a faculdade.

peguei de novo o ônibus, e logo antes do meu ponto, uma mocinha teve convulsão na parte da frente, antes de atravessar a catraca. o pessoal em volta ficou com medo, e eu fui lá. conversei com o cobrador, sugeri que ele protegesse a cabeça da moça, e a segurasse durante a convulsão, que era só o que precisava ser feito.

ele a amparou com todo cuidado, e depois a colocou de volta no banco. a moça acordou, nos falamos, e descobri que sua prima a esperava no ponto final, liguei para a prima e avisei do ocorrido. fiquei conversando com a moça, - seu nome era esther, e dei-lhe a minha garrafa de água.

permaneci com ela no ônibus, e depois no terminal, até que a prima chegasse. conversamos mais um pouco, eu lhe contei as histórias da minha mãe, ela me contou a dela. tem epilepsia e faz tratamento no hospital da unicamp. a prima chegou, e nós nos despedimos.

no meio de desencontros, possibilidades e escolhas, fomos nos encontrar, eu e ela no mesmo ônibus. olhando assim de fora, parece que era eu que a estava ajudando. mas aqui dentro eu sei que essa moça me salvou de mim mesma, e me mostrou que nem sempre ali na hora, as nossas decisões, os caminhos que percorremos fazem algum sentido.

mas os detalhes de cada circunstância envolvendo um evento se encontram e se encaixam misteriosamente, permitindo até mesmo a uma alma que acordou sem brilho conseguir enxergar a beleza da vida.

blog comments powered by Disqus